terça-feira, 25 de março de 2008

O que é, O que é? Criatividade (do bem) sempre merece ser comentada


Ontem, hoje (sei lá porque já passam das 02 horas da manhã e acabei de chegar em casa), eu e Ana Paula Amaral saímos pra curtir alguns happenings na cidade.
Ana e eu temos muita coisa em comum, além de sermos de signos de ar. Um meio que entende o mood do outro; sem ninguém falar um sente pra que lado o vento sopra e...leva o outro também;
***.
Aí, Ana me convenceu a sair de casa. Tava super avonts assistindo o jogaço de vôlei masculino Florianópolis x Joinville no 38 da Sportv.
***
Pra não passar atestado de tratante saí no finalzinho do segundo set de casa. E passei no apê dela. Primeiro fomos para a loja Teto, que fica ali na Melo Alves.
***
A linda Rita Lobo era anfitriã da festa que comemorava a parceria do site dela (www.panelinha.com.br) com a Brastemp.
***
Tudo lindo: a bebida, docinhos em uma mesa farta no térreo e um delicioso buffet de saladas no primeiro andar. Drinques com Absolut, água, H20, tudo bacana no esquema da festinha pra poucos e bons que começava as 17h e terminaria as 22h.
***
Perto das 22h, recebemos das hostesses um caixa retangular e...suspense: ninguém abriu..
***
Ana queria ir no Cigana, um restaurante bacana na rua Coropé, em frente ao Centro Cultural Tomie Othake. Fomos. Jantamos e cada um leu fez leitura das mãos com o Marcello Meneses. Mas essa é uma outra história, rende uma outra postagem a seguir.
***
Nossa, a noite passou tão depressa que quando nos demos conta já passava da uma da manhã.
***
Deixei a Ana em casa, dei umas voltas para ver o mega Bourbon Shopping, que abriu no final da Av. Pompéia. Hoje foi a abertura oficial, com show da Paula Toller, dj. festa com open bar e comidinhas delícia.
***
Pra falar a verdade, tinha esquecido completamente dessa festa. Se tivesse lembrado teria ido também.
***
Cheguei em casa e ...surpresa! Quando abri a caixa dada na Teto, achei o máximo o regalo. Supercriativo. Tudo a ver com a loja, com a Rita Lobo, com o site dela e com a minha casa, claaaaaaaaaaaaaaro!!!!!!!!!!!!!!!!
***
Como acho que todo ato criativo tem que ser sempre reverenciado, resolvi tirar uma foto e compartilhar com vocês.
***
Eram 4 pratos acompanhados por um jogo americano. Seria mais um presente comum se não fosse a impressão. A saber:


1) O jogo americano imita um antigo toca discos;


2) O prato, de cerâmica imita um vinil


3) Prato e jogo americano, tudo junto, é uma verdadeira pick up dos sonhos; convite para discotecar, rsrsrsrsr


***
Pra quem não tem muita criatividade é uma ótima sugestão de presente. E pra quem gosta de coisas pra casa, é um ótimo achado.

Marcadores: , , ,

segunda-feira, 24 de março de 2008

Imagens nem sempre valem mais que mil palavras. Mas tem algumas que ficam


A foto que vocês vêem acima é de um jovem fotógrafo que adoro. Stefan Zander é filho de pai alemão e mãe nascida nas Ilhas Maurício - país de forte colonização chinesa. O que justifica os olhos puxados que ele tem. Stefan também tem um irmão gêmeo que é diretor de arte e mora em Paris.
***
Cheguei até o Ste - o apelido carinhoso dado pelos amigos - graças à indicação da querida Camila Yahn, editora-assistente da revista Moda, da Folha.
Na verdade, ela passou o contato pro Amílcar, então editor de fotografia, que pediu pra “testar” o Ste na Revista da Folha quando eu ainda assinava os editoriais de moda.
***
Claro que gostei do trabalho do cara na hora. É impressionante como ele alia sensibilidade e técnica. E também é supercriativo.
***
Fizemos vários editoriais juntos, mas menos do que gostaria.
***
Em dois momentos, escolhi modelos negros para fotografar. E aí ele foi ainda mais cuidadoso,criterioso, perfeccionista até. Acertou a luz, cuidou dos detalhes...
***
Com a incrível Samira, top da Ford Models, o editorial era a influência oriental na moda; o atual crossing de culturas e referências distantes. O mundo perdendo as fronteiras ou misturando tudo numa velocidade impressionante. Coisas nas quais acredito mesmo e que ele tem a sorte de ter em casa.
***
Antes dela, o Xico, modelo negro da HDA, era um dos malandros da moda masculina. Estava até mais forte do que pretendia e do que avisava o composite. Pensei em substituí-lo na noite da foto. Mas o olho clínico do Ste deu carta branca.
***
Bingo. Nos dois casos, tudo deu certo.As fotos da Samira, então, inclui no meu portfólio. Acho incríveis!!!!!!!!
***
As originais não foram publicadas assim, mais densas e escuras, na Revista da Folha. Ste fez este tratamento, porque era assim que ele entendeu o conceito que passei. E vocês sabem o quanto esta afinidade entre stylist e fotógrafo é importante. Amei o resultado.
***
Agora, depois de algum tempo, o cara tá indo embora pra Londres, junto com a namorada Mariana, onde vão passar um tempo.
***
Se o destino ajudar, ele vai emplacar por lá. E dificilmente vai voltar. Ou talvez saia pelo mundo, registrando tudo com sua ótica especial.
É um grande fotógrafo. E eu sempre digo que tenho muita sorte ao encontrar pessoas tão bacanas e talentosas que me permitem ter histórias pra contar. Boa sorte,amigo!!!




P.S – As fotos são do Ste; o styling é meu, a (afinadíssima e super)produção é do Wellington Santos e do Kleber Wilker e a maquiagem é do (fofo)Anderson Honorato, da BLZ. O (competente) Daniel Hida fez a assistência de fotografia. E saímos todos felizes





Selecionei, mais imagens do Ste pra mostrar aqui.

Acima, editorial Barbarella

Ao lado, editorial sobre estampas, com azulejos da talentosa artista plástica Calu Fontes. Levei os azulejos; Ste e Mariana montaram o painel um a um. Ficou lindo!!!


Estas fotos não chegaram a ser publicadas, mas estão entre as minhas preferidas. Abaixo, o charme do Tyson, a coruja mais bacana que já conheci;



Cenas do editorial gótico, que reforça a volta do preto na moda. E a foto da equipe:O Ste é o de camiseta azul; os criativos Erick Santos, maquiador e Erica Andrade, produtora; eu, e os modelos

Marcadores:

domingo, 23 de março de 2008

É sério: Lenny Kravitz, trendsetter, boa praça e artista completo, não vem mais!!!



Putz, Lenny Kravitz não vem mais mesmo. Cancelou a turnê que faria pela América do Sul; só no Brasil ele se apresentaria em Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo.
***
Então se a sua situação no momento é idêntica a minha, conforme-se! Ele esteve hospitalizado recentemente e agora está de novo com problemas de saúde. Pena né?!!! Eu até já tinha me programado pra ir ao show do seu novo disco “It Is Time For Love Revolution” no dia 13 de abril, no Credicard Hall, aqui em Sampa. Diz que nesse novo trabalho ele mistura o rock setentista com os acordes incríveis de orquestra.
***
Acho o cara bem completo como cantor e compositor. É um artista mesmo.
Passei a prestar atenção nele desde que assisti o vídeoclipe de “Justify My Love”, música hipersexy que a Madonna gravou lá nos anos 90 e ficou um luxo. Aí, fui atrás de outras coisas dele e gostei. Aliás, o cara já pegou a Madonna. E a Nicole Kidman também...E a modelo Devon Aoki, idem. Calma que logo abaixo explico esse momento bofe-machista-garanhão-na-secura!!!
***
Tenho uma queda muito forte pelos anos 70 e ele é reconhecidamente um dos artistas que mais pesquisam e recuperam o estilo musical dessa década.
***
Então, nem preciso dizer o quanto ele é também muuuuito estiloso. Lenny , aliás, faz parte do meu visual. Explico, melhor, senão a coisa encrespa: no começo de carreira, ele usava dreads imensos e piercing no nariz. Aquilo acendeu uma certa "luz amarela interna", depois de mais de dez anos usando cabelo cortado na máquina um. Atenção!!! O cara é legal mesmo e olha o visual dele? Não é o máximo?
***
A seguir, gostei das histórias contadas pelo Derrick Green, vocalista do Sepultura, que também usa dreads até hoje. Liguei os dois pontinhos e o sinal verde apareceu, ploft!!!!
***
Derrick me disse, numa entrevista para a Revista Raça, que os dreadlocks eram usados por muitos guerreiros africanos porque assim assustavam o inimigo durante as batalhas. Uma coisa muito parecida com o monstrengo interplanetário do filme "Predador", com o Schwarznegger. Que meda!!!!
***
Bom, eu tomei coragem, e meu amigo Rafael trançou e depois minha amiga Simone aprimorou o serviço. A seguir deixei meu cabelo crescer. E continuo com eles - os dreads , e os amigos também - até hoje.
***
Agora, o Lenny nem usa mais dreads, mas continua estiloso. Na verdade ele é um “trendsetter” nato. Cool, discreto, talentoso, bonito, bem relacionado e intencionado, bom pai, compositor, cantor...lança tendências mesmo ficando quieto no seu canto.
***
Tudo isso, claro mexe com milhares de hormônios femininos mundo afora. E por isso aquela pequena lista lá em cima. Alguns masculinos também se agitam. Mas, ok, o cara é a favor da diversidade onde ela estiver... Tá explicado???!!!
***
Isso não significa que o cara esteja sozinho nesta posição entre os artistas negros. Nessa linha cool, talentosa e sedutora, entram nomes como Ben Harper, Eagle-Eye Cherry, o Derrick Green e Seu Jorge.


***
Cá entre nós, só não gostei muito quando Lenny fez chapinha definitiva e saiu por aí com o visual cabelo-lambido-de-vaca. Rsrsrsrsrs. Ainda bem que foi por pouco, pouquíssimo tempo. Mas isso tudo é pouco perto do quanto ele canta e compõe.
***
Até as mais melosas têm uma delicadeza diferente. O cara é romãntico, vai, mas não é afetado nem doce até enjoar.
***
O Lenny também já usou corte black power; seguindo a onda New Afro (noutro post contarei mais sobre isso), apareceu de tranças de raiz e agora exibe seu crespo natural novamente. A bem da verdade, é sempre uma surpresa o seu visual.
***
Depois de namorar a linda modelo baiana, Adriana Lima, ele começou a freqüentar mais essa linha de baixo do Equador. Comprou até uma fazenda no interior do Rio de Janeiro. Mas nem assim vai ser desta vez que ele vem ao Brasil e eu vou conseguir ir ao show dele. Fica pra próxima.Recupere-se logo!!!! O show tem de continuar, claaaaaaaaaaaaaaaaaaaarooooo!!!!! Good vibrations!!!!!!!!!

Marcadores: , , , ,

sexta-feira, 21 de março de 2008

É bom se preparar desde já: o preto vai dominar tudo nos próximos dez anos


Quando imaginei esse blog, há umas duas semanas, nem titubeei quando apareceram as opções de formatos lá no início do blogspot. Preto me pareceu o pano de fundo mais direto, coerente e agradável para o sobretudonoir. Foi fácil e rápido escolher.

***
Minha surpresa maior foi saber, por uma expert em cores, que o preto é uma das tendências mais fortes para a próxima década. Detectada por estudiosos no assunto, deve se espalhar por tudo: moda, decoração, carros, esportes, lazer, e até na Internet. Hoje, existe até papel higiênico preto, pode???

***
A idéia criativa foi da dupla de arquitetos Guilherme Ommundsen e Mariana Albuquerque que misturaram rolos pretos com outros com estampas de jornal, importados de Portugal, no banheiro masculino público dos estúdios na Casa Cor 2007.
***
Ao lado do branco, a não cor foi a grande vedete do evento presente na maioria dos espaços internos e externos.

Papel higiênico preto, alguém já tinha pensado nisso? Na Casa Cor 2007, a dupla de arquitetos Mariana Albuquerque e Guilherme Ommundsen surpreendeu a todos com a proposta criativa





***
E na 10ª. Edição da Semana Internacional da Cor, que aconteceu no vão livre do Masp no último dia 18, o preto novamente dominou a pauta do dia. O evento que apresentou a nova cartela de cores 2008/2009 do Cecal (Centro de Estudos da Cor da América Latina) também assinala os padrões e as tendências a serem adotadas em produtos dos segmentos da construção civil, arquitetura e decoração.

***
Elisabeth Wey, designer de interiores e presidente do CBC(Comitê Brasileiro de Cores) lembrou, em sua palestra, que o Google Black está sendo um dos grandes disseminadores da onda pelo mundo. Não pela estética. Nesse caso, a ferramenta black economiza energia. Na decoração, há uns dois três anos, o designer Philippe Starck pode ser apontado como um dos maiores incentivadores da tendência. Foi ele que levou pela primeira vez para a feira Maison & Objet, em Paris, um lustre Baccarat todo em cristais pretos com apenas um, em vermelho. Não só virou objeto de desejo como tornou-se um “turning point” inspirador no mundo todo. Hoje, o seu Chandelier Zenith (foto no alto) tem considerável fila de espera.


***
Aliás, Wey explicou porque o preto está bombando em tudo, cada vez mais. “ A época atual inaugura um momento denso e intenso, onde a política do sonhar é mais do que nunca uma necessidade interior de segurança e proteção”, diz.
Para exemplificar, ela lembra as danceterias atuais, projetadas para serem totalmente escuras, verdadeiras “caixas-pretas” com iluminação pontual. Nesse caso, também é para diminuir o consumo de energia. “São as pessoas que precisam brilhar, o espaço se torna neutro...”, diz.

***
O preto faz parte da tendência "Ludis", onde dominam os grafismos, os sonhos, a diversão e o lazer. O tema aproxima-se do surreal, com imagens muitas vezes assustadoras, deformadas, oníricas. Ela cita o filme “Encantada”, de Kevin Lima, como um dos referenciais mais importantes para quem quer entender melhor o assunto. Por minha conta e risco, acrescento o impressionante filme “O Labirinto do Fauno”, de Guillermo del Toro.

***
Outros temas levantados pela pesquisadora do são o Ecoton (com força para uma gama diversa de verdes e outros tons que remetam à natureza); Neo Golden (espécie de barroco contemporâneo que ressalta os dourados e brilhos) e MaxiMini (o clean atual,que valoriza os excessos e os contrastes, com força novamente para o preto).



Á esquerda, Susan Sarandon, como a rainha má de "Encantada", referência importante na volta e ascenção do preto em tudo; abaixo, cena de "O labirinto do Fauno" de Guillermo del Toro. Cenas oníricas e surreais dominam o tema Ludis









***
Segundo Elisabeth Wey, uma tendência tem vida útil de mais ou menos uma década a partir do momento em que é detectada. No momento, as maiores preocupações mundiais são a sustentabilidade e a economia de energia. Ou seja, todo mundo quer ser ecologicamente correto mas não abre mão do conforto. O desafio está lançado, e parte dele, o preto resolve. “Todo mundo se preocupa com o aquecimento global; o desmatamento e outros temas importantes, mas ninguém quer desligar seu ar-condicionado, nem diminuir o banho de água quente...”, diz.

***
O preto está em alta porque a violência também é crescente e assustadora; o sentimento de insegurança é dominante. É uma época de incertezas e mudanças que depõe contra a ostentação.

***
Outra característica do comportamento atual é a "sociedade peterpanizada", que se recusa a crescer. Só que a conhecida Terra da Fantasia do conto, se transforma na Terra Além dos Limites na nossa realidade. Nela todos querem ultrapassar a barreira dos extremos.

***
O resultado é o escapismo em busca de refúgios exóticos. Surge um realismo imaginário que insere sonhos na vida das pessoas e exige uma certa dose de mistério. A única certeza é que todos continuarão sonhando com um teto só seu como proteção contra a violência. Wey cita Gaston Bachelard: " O sonho é mais forte que a experiência"

***
Mas o preto não é uma cor deprê, triste? Não estamos combatento este momento obscuro com mais elementos depressivos?
“Não. Hoje o preto é um sentimento globalizado. Ele anula; cria um cenário sem expressividade que não provoca emoções”, diz Wey. “Além do mais ele é o fundo, mas sempre está pontuado por cores, o que muda seu caráter”.


No convite para o lançamento da coleção 2008 da Bertolucci, a não-cor é sugerida como pano de fundo ideal para ressaltar as cores vivas das luminárias


***
A expert lembra que não existe um preto e sim uma gama de pretos que incluem desde os cinzas chumbos até o preto mais escuro. Segundo dizem, são mais de três dezenas de variações da não cor. O designer Gilberto Cioni resolveu atualizar a decoração e tirou proveito de algumas delas em seu novo apartamento. O resultado é surpreendente.





Bom exemplo da força atual do preto, o apê bacana do designer de interiores, Gilberto Cioni, é todo preto, branco e cinza. O projeto arrojado aposta nos opostos e tem como resultado um décor masculino e supercontemporâneo com grande variação de tons e texturas escuras

***
Tenho que confessar que essa não cor me fascina desde os anos 80, quando passei minha adolescência morando no bairro mais alternativo de Porto Alegre, o Bom Fim. Naquela época, punks, darks e góticos dominavam a Oswaldo Aranha, a avenida principal do bairro, com suas estéticas extravagantes. Mesmo à luz do dia, grupos e mais grupos se reuniam nos bares e ao redor das danceterias espalhadas pelo lugar. Embora não fizesse parte de nenhuma tribo, ficava fascinado pelo visual e atitude deles. Adorava The Cure, Siouxie & The Banshees, Smiths e...muito preto. Gostava muito mais do que o colorido da New Wave. Claro que o clima, principalmente o do inverno gaúcho, ajudava muito. Sobretudos, luvas, corturnos...eram o máximo as noites do Bom Fim, com aquela população flutuante, que vinha de todas as partes da cidade para se encontrar nos fins de semana por ali mesmo, num bairro tradicionalmente judeu.

***
O tempo passou e o Bom Fim foi substituído pela Cidade Baixa, mas os punks e góticos já não aparecem por lá. Pelo menos não quando passo pela cidade em temporadas bem mais curtas do que gostaria. O poder do dinheiro pode ter vencido. Mas, o preto sombrio e taciturno, tem vida longa. Mudança dos tempos, agora ele já não assusta mais, está associado à segurança.

***
Talvez por isso também não tenha titubeado quando, depois de voltar da Casa Cor 2007, resolvi trocar uma parede vermelha do meu apartamento por uma preta. Gostei tanto do resultado que acabei pintando mais duas.

Marcadores:

terça-feira, 18 de março de 2008

Guerra dos mundos. Comédias inteligentes sabem resolver ou tirar proveito



Já perdi a conta de quantas vezes assisti o filme “As Branquelas” (White Chicks, 2004). Ontem não foi diferente. A comédia me fez trocar a programação da tevê a cabo pra rever a comédia em que os irmãos Wayans, dois policiais mestres no disfarce e em apuros no trampo de investigador, se disfarçam na pele de duas irmãs...patricinhas e loiras.
***
A confusão armada rende muuuuuuito. Não só por serem dois homens; mas por serem dois negros sob a pele branca em um mundo milionário bem distinto do seu. Não vou contar mais pra não perder a graça pra quem não assistiu ainda.
***
Há um conflito social, de gênero e, claro, de “raça”. Seria um prato cheio para ongs, movimentos negros e afins. Mas é, simplesmente, uma ótima opção de entretenimento.
***
Sempre dou muitas risadas. E mesmo sozinho, acabo caindo na gargalhada.
***



Comédia: os irmãos,Shawn e Marlon Wayans são assim. Mas, em "As Branquelas", a dupla sofre uma transformação radical e fica desse jeito...





Outro dia assisti “A Casa Caiu” (Bringin Down the House, 2003), com a Queen Latifah e o Steve Martin. Não me agüentei. O filme também é muuito engraçado e a espinha dorsal não é muito distinta. Queen Latifah é uma ex-presidiária que ao sair da prisão bate à porta de Steve Martin, um advogado bem sucedido, separado e com filhos. Ambos paqueravam pela Internet. Só que ele não sabia que ela era negra.
***
Claro que ao ficarem cara a cara, as confusões começam. E se desenrolam de uma maneira engraçadíssima.
***
Também está lá a "guerra dos mundos” diferentes, com todas as suas particularidades e “histórias”
***
Não sou o Raul Gil, mas tenho que tirar o chapéu pra essas comédias americanas. Primeiro porque conseguem lidar com a questão racial de uma maneira leve, mas não indiferente. Há humor, alfinetadas e uma situação óbvia que deixa claro o quanto o preconceito, a discriminação e o racismo são atos “burros”. E o quanto quem os pratica ou alimenta consegue ganhar as mesmas cinco estrelinhas no quesito.
***

Queen Latifah e Steve Martin: pré-conceitos e conflitos sociais e raciais só aumentam as situações engraçadas da comédia

Claro que há dramas, documentários e ficções tão incríveis e com contribuições mais importantes para a questão racial. Mas quase ninguém fala das comédias.
***
Primeiro, é importante que se diga que, no mercado como o norte-americano, elas são feitas por roteiristas negros ou então são feitas abertamente para artistas negros.
***
Na direção de “As Branquelas”, por exemplo, está o irmão Wayans número 3: Kevin Iron, o mesmo de “Todo Mundo em Pânico”.
***
O resultado é tão envolvente que não há quem não goste. Bem diferente, por exemplo, de algumas piadas preconceituosas ou racistas, que sempre deixam gays e negros sem saber o que fazer ao ouvirem uma.
***
Os Estados Unidos são conhecidos pela “separação racial”; não é um país miscigenado como o Brasil.
***
Ao mesmo tempo, vem de lá grandes exemplos da luta pelos direitos civis da população negra nos anos 60, e um dos exemplos mais bem sucedidos de equidade social na questão racial. O que não significa que o problema esteja “resolvido”.
***
De qualquer maneira, quando assisto filmes assim, percebo o quanto há espaço para crescer também nessa área. E o quanto a questão racial pode ser abordada de maneira leve e até engraçada mesmo. Isso é saber levar na boa as diferenças.

Marcadores:

domingo, 16 de março de 2008

Mudanças climáticas, depressão ou bem-estar...Pode ser tudo uma questão de luz


Quem me deu o toque no final de tarde de domingo foi a Martinha, minha amiga querida e colega de profissão. Tinha acabado de tomar banho e nem reparei na mudança do tempo.
***
Na verdade, enquanto tomava minha ducha, veio à cabeça o novíssimo modelo lançado pela Deca, o Chromo (foto acima), cujo release havia recebido há algumas semanas.
Pensei se realmente valeria a pena ter em casa uma ducha cromoterápica. E viajei no efeito que poderia ter se, com a peça instalada, apagasse todasa as luzes. Sim, o lançamento traz leds de alto brilho que iluminam e tornam a água colorida. Deve ser bacana tomar um banho quentinho com luz vermelha (excitante), ou verde (revigorante) ou azul (relaxante). Ou será apenas uma vantagem estética por um preço bem salgado (cerca de R$ 3.700 e poucos na Art Center do Tatuapé) vendido com um bom apelo de marketing?
***
“Tô morrendo de frio. Chuva e tempo frio me dão deprê”, Martinha escreveu. “Tenho uma prima que ama chuva e tempo cinza. Eu fico muito deprê especialmente se o cinza se estende por vários dias. Dá um aperto no peito e uma vontade de chorar. Me dou mal com a pouca luminosidade do cinza”.
***
Imediatamente, sugeri que ela passasse a usar cores alegres, fortes e vibrantes nestes dias. Parecia óvio.
“Verdade. Mas ontem, voltando a pé da Cavalera, notei que mesmo as cores fortes na roupa perdem um pouco da vibração nesses dias. Vi um cara de camiseta vermelha e o vermelho estava apagadinho, aí me lembrei disso. Pensei em usar roupas mais coloridas, mas o efeito não é o mesmo. Tudo é uma questão de luz, foi o que notei ontem”.
***
E não é que é verdade mesmo. Já reparou como as cores vivas, dentro de uma piscina azul ou verde com água transparente, ficam bem mais intensas? Ou então num dia radiante, cheio de sol, como elas capturam nosso o olhar de uma outra maneira. Realmente, o mesmo não acontece nos dias frios, mal iluminados e chuvosos quando o cinza espalha uma espécie de névoa sobre as demais cores. Isso pode acontecer sim, por que não?
***
Cor é uma onda, com freqüência e tudo. É uma lei da Física. A mais longa é a lilás, a mais curta a vermelha. A amplitude da primeira é mais longa e fraca; a segunda, mais curta e forte, chega mais rápido à retina. Entre um oposto e outro existe um leque de outras cores, com freqüências distintas.
***
Em um dia de chuva (com sol) o arco-íris mostra todas elas. E, saiba que a luz branca em si é o somatório de todas as cores.
***
É por isso que para a cromoterapia, todas elas podem ser usadas positivamente para trazer benefícios para o corpo e a mente.
***
Se tudo é uma questão de luz, eu prefiro dias com menos. Já a Martinha, prefere os bem iluminados. “Sem sol o dia perde a graça para mim. Pode estar frio, mas sem sol fica difícil...”, ela confidenciou.
***
Bem, verdade seja dita que não sei como seria viver num país com mais inverno (e cinza) que verão; mas como gaúcho, te digo que adoro inverno, frio e chuva.
***
Acostumado a ter desde a infância as 4 estações bem definidas, sempre estive familiarizado com a chuva e o frio dos invernos da região da campanha gaúcha. Ambos bem rigorosos. Hoje, são quase um resquício atávico em mim. Gosto mesmo e me sinto à vontade com roupas de lã, jaquetas de couro, luvas, botas e cachecóis.
***
Acontece que não é inverno. Estamos na meia estação. Aliás, vivemos todas as estações em poucas horas num só dia.
O mundo está maluco, você sabe! Há mudanças climáticas, catástrofes e tragédias em todos os lugares; a saúde está debilitada.
***
Já vi entrevistas de médicos afirmando que por causa das alterações no clima devem aparecer supervirus e doenças desconhecidas ou que ainda não foram erradicadas. As previsões são de que uma parcela da humanidade desapareça vitimada por elas.
***
Nem precisamos ir longe: basta ver o estrago que a dengue e até a febre amarela estão causando aqui no Brasil. Tem ainda a gripe aviária , a febre aftosa e a “vaca louca”, que volta e meia entram nos noticiários afetando rebanhos e criações no mundo todo. E nos deixam de cabelo em pé.
***
Já não sei quantos amigos e amigas estão resfriados, gripados, com tosse, pigarro, corisa, olhos lacrimejantes...Um saco!!!
E o pior é que ninguém pode ficar sem trabalhar. As pessoas saem de casa antes de estarem curadas e vão passando os virus adiante!!! E aí vira um circulo que se autosustenta – que medo.
“Minhas irmãs e sobrinhos, minha mãe a semana passada, todos ficaram ou gripados ou com virose”, completou a minha amiga do outro lado do teclado. “Acredito que o estresse e a poluição excessivos fazem a imunidade baixar”.
***
Não tenho dúvidas que o mundo está diferente e que estamos vivendo uma fase estranhíssima de transição. Mas o que mais me preocupa é a mudança climática mesmo.
“Sim as alterações do clima influenciam e preocupam mesmo...essas catástrofes que têm acontecido...Sou espírita e dizem os espíritas que , daqui pra frente, haverá muito disso por que já estão meio que separando o joio do trigo... e também dizem que é a última chance de encarnação nesse planeta para os maus (tipo última chance para mudar). Daí esse povo ruim que fica por aí a matar, atirar bombas...”, disse Martinha.
***
Confesso minhas preocupações e cismas com isso porque o nosso planeta é sustentado por algumas leis imutáveis (pelo que se sabe até hoje). A Lei da Gravidade, por exemplo, rege o bem e o mal; brancos, negros, orientais, índios...Em outras palavras: se alguém cai ou se joga do 25º. andar de um prédio, vai se esborrachar no chão independentemente de ser bom ou mau, de levar uma vida correta e ética ou entregue às maldades.
***
Da mesma forma, um tornado, um furacão, um terremoto, um maremoto ou tsunami quando acontece, atinge ambos. E isso assusta. Nem a salvação, nem a sabedoria para compreender isso tudo são fáceis.
***
Talvez uma certa pista para nosso entendimento esteja numa simples observação sobre um dia chuvoso e cinza, como esta feita pela Martinha: estamos vivendo um momento em que, metaforicamente ou não, tudo é uma questão de luz. Clara ou embaçada, com uma névoa para diminuí-la, ela ainda está lá. Mas exige uma percepção maior de tudo isso.

Marcadores: , ,

sexta-feira, 14 de março de 2008

Não fazem mais divas black como antigamente. Mas calma, uma está de volta



Então vamos lá, vou contar porque bateu esta onda saudosista que me fez lembrar da magnífica Nina Simone. Começou ontem de madrugada quando conversava com minha amiga Lena no msn.
***
A bem da verdade isso começou sete dias antes, no jantar inesquecível na casa dela e do Pozzo, numa desses felizes encontros. Estava tudo maravilhoso: o prossecco, o penne com salmão, as 4 garrafas de vinho que se esvaziaram sem ninguém saber como (rsrsrsrsrs) e o papo que foi entretido e variado até o amanhecer.
E claro que o set list da Lena arrasou, embalando nossas divagações, delírios, sonhos, filosofias e projetos que vão se realizar, tenho fé!!!! Nossos pequenos gossips também não faltaram, porque ninguém é de ferro!
***
Tudo certo até que entramos no tema Grace Jones. Lena, assim como eu, é apaixonada por Grace Jones. Paramos nesse assunto por um bom tempo. Lena me contou que tinha uma amiga com um corpo muito parecido com o da artista jamaicana, porém era branca – e “loquíssima”. Ela nem mora mais no Brasil, vive em Nova York agora. Alguns papos adiante, lá pelas tantas tocou Nina Simone. E paramos de novo nesse tema, com mais alguma coisa em comum. Coisas de amigos que não tiravam a noite pra conversar nem se viam há muito tempo.
***
Ontem, enquanto conversávamos on line, me deu vontade de descobrir por onde anda Grace Jones e o que ela está fazendo. Para minha surpresa, descobri que ela já gravou álbum novo e ele será lançado...agora, em 2008.
***
Sim a negra jamaicana, uma das mais completas artistas multimídia que se tem notícias, ícone dos 80, vai voltar com tudo à música e shows. Ela já é sessentona agora, but who cares? Corpo perfeito (sem nenhum photoshop), voz marcante de contralto, atriz de mão cheia, musa de estilistas, musa gay, musa de Andy Warhol...Essa sim pode dizer que é modelo, manequim e atriz.! E cantora, e perfomer e tuuuuuuuuuuuuuuuudo!!!!

***
Primeiro Grace Jones ficou famosa como modelo no circuito Nova York, Paris. Mas, antes disso já havia estudado teatro. Levou tudo isso para o showbizz.
***
Embalada pelo New Wave, seu visual andrógino influenciou o power dressing dos anos 80. Nada despretensioso, o look foi estudado meticulosamente pelo fotógrafo e diretor de arte, Jean-Paul Goude. Goude e Jones, aliás se casaram e tem um filho, hoje cantor de um grupo francês. Um dos elementos principais da transformação de Grace Jones foi adotar o corte “caixa”, penteado cortado reto com os fios crespos naturais, que ditou moda entre a comunidade negra e até hoje é referência.


Grace Jones: diva excêntrica, com visual andrógino e corte "caixa" que até hoje é referência para a estética black

***
Não faz muito tempo que achei e comprei um dvd clássico da tia Grace. “Vamp”, onde ela interpreta uma rainha-vampira incrível que ataca freqüentadores de uma boate decadente. O filme é dela. O filme é ela. Especialmente nas cenas em que faz performances com o corpo coberto apenas por grafismos brancos, pintados à la Olodum;
Luuuuuxo!!!
***
E o que era Grace Jones lutando como uma guerreira ao lado de Arnold Schawrznegger no filme "Conan, o Destruidor". Vc não viu??? Pára!!! Vai lá e assiste. E ela como bondgirl no 007 "A View to a Kill”? Para muitos ela é uma das melhores bondgirls de todos os tempos.




Em 007 "View To a Kill", Grace Jones como uma Bondgirl black e perigosa: só ela poderia dar conta do recado. E, ao lado, em "Conan, o Destruidor", no papel (e corpo) de uma guerreira bárbara


***
Ah!!!!!!!! Aproveita e dá uma folheada na Playboy de 1987, com ela posando nua num ensaio caliente com o ator e fisiculturista loiraço, Dolph Lundgren, seu namorado à época!!!!!!!.

***
Tem as músicas ainda. A primeira, que me despertou para a voz e o carisma de Grace foi “Amado Mio”, do filme Sangue e Areia, com Rita Hayworth, que ela regravou lindamente em "Buletproof Heart", álbum de 1989. Mas têm tantas, tantas outras. Vale tirar um dia só pra se jogar em tudo que Grace Jones já fez.

***
“Victor Should Have Been a Jazz Musician”, uma das músicas que mais gosto, tem uma frase impressionante no começo da canção. Como não acredito em coincidências, aí vai.
“I went to a concert, to see Nina, Simone,
The concert was over, there was still a band playing, the rap
up…”

***
Siiiiiiiiiimmmmmmmmmm!!!! A música faz reverência à...Adivinhem? Nina Simone, claaaaaaaaaaaro!!!

***
E não dá pra esquecer a sua passagem pelo mundo das artes. Nas mãos de Keith Haring, o corpo, negro e escultural, ganhou símbolos tribais e armaduras de fios. O artista também assina essa obra no videoclipe da música "I´m not Perfect (But I´m Perfect For You)". Também adorada por Andy Warhol, Jones tinha passe livre na lendária danceteria Studio 54, em Nova York.
Rapidamente, a presença forte e o visual marcante foram levados ao seu trabalho de palco. Performances e diferentes personagens incorporam facilmente na musa.



Esboço e performance de Grace para a capa do disco Island Life



Com Dolph Lundgren, contraste sexy na Playboy de 1987



***


Bem, o novo álbum, batizado com o sugestivo nome de "Corporate Canibal" terá a participação de Brian Eno e Tricky. Foram 18 anos sem gravar. O último trabalho de Jones está datado de 1989.
***
Pode ter ficado longe do showbizz, mas não longe da mídia. Em 2005, a diva deu piti no aeroporto de Heatrow em Londres.Após se negar a desembarcar com os demais passageiros e pegar o bom ônibus até o saguão local, Grace exigiu um carro especial para levá-la à sala executiva. Armou um escândalo que só a polícia deu jeito. Hahahahahahahah

***
Noutra ocasião, ela também foi retirada pela polícia do trem Eurostar, que une Paris a Londres, por ofender um fiscal que exigia que ela pagasse mais para viajar na primeira classe. Detalhe: a sua passagem ERA de segunda classe. Hahahahahahah

***
Tem mais fofocas: em 1981 o quebra-pau foi ao vivo. O apresentador de talk show, Russel Harty, sentiu o peso da mão de Grace Jones após dar as costas à ela e ignorá-la em uma conversa. Sem pestanejar Grace esbofeteou o apresentador. E bem antes de Janet Jackson sofrer retaliações por ter mostrado um seio na televisão norte-americana, Grace Jones foi banida de todos os domínios da Disney por ter mostrado os dois em um show na Disneylândia. Claaaaaaaaaaaaaaarrrrrrrooooooooo!!!!!!!!!! hahahahahahahaha

***
Gente, o que será que a Jamaica tem, hein? Se Naomi Campbell, com 1m77 e corpo de top já é encrenqueira e mete medo, imagina a situação dos policiais tentando acalmar Grace Jones, uma negona de 1m79 e com aquele corpão todo descendo das tamancas? Hahahahahaha Claaaaaaaaaaaaaaaaarooooooo!!!!! Eu quero o cd!!!!

Marcadores: , ,

Raridade, porque Nina Simone é uma estrela rara!!!!



Descobri uma raridade ontem, graças à incrível tecnologia, que vence o tempo e o espaço, chamada Youtube. Não paro de ouvir e ouvir e ouvir...Nina Simone é tudo!Depois dedico uma postagem - das muitas outras que virão - só para ela. Você vai entender o que estou falando e duvido que você não se renda também depois de assistir o vídeo abaixo. Digite aí: http://www.youtube.com/watch?v=GUcXI2BIUOQ
***
Vou dar uma ajudinha com a letra. É algo bem simples, mas que se não fosse pela voz e pela interpretação desta diva, não seria o clássico que é. A letra é quase um "The book is on the table.. Traduzido para o bom português, "Ain´t Got", o título da música, significa algo como "Não tenho". E "I Got", que também aparece na letra, pode ser lido como "Tenho". Então, pega o bom dicionário inglês-português e se joga!

Ain't got...I got life - Nina Simone

Ain't got no home, ain't got no shoes
Ain't got no money, ain't got no class
Ain't got no friends, ain't got no schoolin'
Ain't got no wear, ain't got no job
Ain't got no man

Ain't got no father, ain't got no mother
Ain't got no children, ain't got no
Ain't got no earth, ain't got no water
Ain't got no ticket, ain't got no token
Ain't got no love

I got my hair, I got my head
I got my brains, I got my ears
I got my eyes, I got my nose
I got my mouth, I got my smile

I got my tongue, I got my chin
I got my neck, I got my tits
I got my heart, I got my soul
I got my back, I got my sex

I got my arms, I got my hands
I got my fingers, Got my legs
I got my feet, I got my toes
I got my liver, Got my blood

Got life , I got my life

Marcadores:

quinta-feira, 13 de março de 2008

Tem loiras e japonesa. Mas qual será a negra número 1?


Um dos boxixos recentes no mundo da moda diz que o posto de modelo número 1 não é mais da gaúcha Gisele Bündchen. Para o seu lugar platinado e milionário, outra beldade loira – e também gaúcha: Raquel Zimmerman. Segundo o site Models.com (www.models.com) , responsável pela classificação das tops no mundo todo, o apelo sexy e as curvas sensuais da primeira começaram a dar sinais de cansaço. E, naturalmente, a atitude cool e camaleônica da segunda – e obviamente a quantidade de trabalhos importantes, desfiles e editoriais, levaram Raquel direto pro trono.



No alto, Raquel Zimmerman, a atual número 1 do universo fashion e, acima, Gisele Bündschen, a ex. Ambas gaúchas,jovens,loiras,lindas. O padrão que nunca sai de moda
***
Mesmo não sendo o termômetro do mundo fashion, em 2007 a faixa de Miss Universo foi parar nas mãos de uma japonesa de olhinhos puxados, magra porém cheia de curvas. Riyo Mori, a mulher mais bonita do planeta, derrotou a morenice brasileira da mineira Natália Guimarães, segunda colocada. Antes dela, a representante nacional que alcançou a melhor colocação neste concurso havia sido a negra (também gaúcha) Deise Nunes, sexto lugar em 1986. Queiram ou não, Miss Universo é uma vitrine mundial que, assim como a moda, fala muito nas entrelinhas. Entre outras coisas, até acusam o concurso de esconder interesses políticos por trás da fachada inocente....



Riyo Mori: a mulher mais bonita do planeta para os jurados do concurso Miss Universo 2007
***
Mas não confunda a entresafra da beleza negra com qualquer outra coisa. O concurso de Miss Universo, por exemplo, já elegeu duas representantes negras como símbolos máximos da beleza mundial: Janelle Commissiong, de Trinidad Tobago, em 1977, foi a primeira negra a ostentar faixa de Miss Universo, além de ser coroada Miss Fotogenia; em 1998, mais uma representante do país levou o título, Wendy Marcelle Fitzwilliam.


***
Também é preciso lembrar do ano de 2002, até hoje lembrado como o ano que mais teve candidatas negras ao Miss Universo que aconteceu em San Juan, Porto Rico. Curiosidade: países como Colômbia (grande favorita para a coroa), República Dominicana (outra grande favorita segundo a mídia local), México e Suécia enviaram uma representante negra pela primeira vez. Os Estados Unidos também contaram com a beleza negra naquele ano. Ironicamente, nenhuma delas se classificou entre as 10 finalistas.
A junção de coincidências fez com que o concurso passasse a ser chamado de "Blackout 2002".

***
Favoritas como Miss Porto Rico (representante local), Colômbia (a mais cotada
para levar a coroa), República Dominicana (apontada ao título segundo a imprensa porto-riquenha), Gana (12a. posição nas preliminares), Jamaica, Países Baixos (fora das 10 melhores e 11a. posição nas preliminares) e Nigéria ficaram de fora.
***






Sabe quem é a bela em traje de banho e depois com a coroa? Janelle Commisiong, a primeira Miss Universo Negra, vitoriosa em 1977, que nasceu no país-fábrica de misses negras: o pequenino Trinidad Tobago

No Miss Mundo, outro concurso aos moldes do Miss Universo, a nigeriana Agbani Darego, de 19 anos, fechou 2001 dona da faixa do concurso. Foi a primeira negra africana a se tornar Miss World. Naquele ano, trancou a faculdade de ciências da computação e usou sua popularidade para combater a epidemia de HIV em seu pais natal.



A nigeriana Agbani Darego, primeira Miss Mundo africana: beleza negra para combater a contaminação por HIV
Apesar dos altos e baixos, hoje há loiras e japonesa em posições estratégicas e representantes da beleza mundial. Difícil é saber quem será a próxima negra a entrar no páreo e alcançar o posto número 1 na preferência global. Considere, inclusive, que a resposta pode estar bem longe das passarelas. Na lista,as cantoras Beyoncé Knowles, Rhiana e a atriz Halle Bery que antes de ganhar o Oscar de melhor atriz em 2001 pelo drama "A Última Ceia", já foi a primeira candidata negra dos Estados Unidos ao Miss Universo em 1986. O mundo dá voltas, não?!

Quarentona sexy, antes de levar o Oscar de melhor atriz pra casa, Halle Berry já quis ser Miss Universo

Marcadores: , ,

quarta-feira, 12 de março de 2008

Que charuto é esse minha senhora?!


Vi essa imagem no msn da minha amiga Deborah e fiquei louco. Gosto do choque de cores, da personagem, do figurino, da união de todos os elementos. Gosto de tudo nesta foto. Incomodei-a até ela mandar por e-mail a foto desta cubana. Alguém sabe quem é o autor?
Minha amiga me disse que havia escolhido esta foto para postar porque é o resumo e o cartão de visitas dela mesma. A princípio hesitei porque ela não tem nada a ver com esta imagem: é jovem, bonita, loira...Fiquei sem entender. Aí parei para pensar onde estaria a intersecção, o ponto em comum entre as duas. Acho que é porque a cubana da foto tem quase tudo da essência feminina e também da alma negra: é forte, resistente, guerreira, vaidosa, um tanto fálica também - como toda mulher dona de si. E é muito emblemática...Poderosa mesmo e não tá nem aí!!!! Também acho que tem um certo ar (intencional) de deboche e comédia e tudo isso junto. Um flagra que bem poderia estar num filme de Almodóvar.
Também me lembrou muito a clássica "Babalu", música cantada por Angela Maria, hit certo no set list de drags e shows de travestis das antigas; ótima para dublagens improváveis (né Deise?!!!). Babalu!!!Êêêêêêê, Ba-ba-lu!!!! Baaaa-aaaa-baa-loooooooooooooo!!!!
Engraçado, né?!!
Viva Cuba e as véias com charuto na boca!!!!!!!!!!!!!! Amo muito tudo isso e quero conhecer antes que acabe.

Marcadores: ,

terça-feira, 11 de março de 2008


Em 1999, a sudanesa Alek Wek ao posar para o Calendário Pirelli foi apontada como o padrão de beleza dos anos 2000. Agora, ninguém sabe, ninguém mais viu...

Marcadores:

Televisão: plano B para a aposentadoria de modelos negras

A balzaquiana Naomi Campbell já tem mais de 20 anos de carreira. Sem dúvida, nunca houve modelo negra como ela. Nem mesmo a exótica e multitalentosa jamaicana Grace Jones (que amo), ícone dos anos 80; nem a linda somaliana, Iman, hoje sra. David Bowie; nem mesmo Beverly Jhonson ou Tyra Banks, com seu elogiadíssimo tino supercomercial em busca de novas modelos.
Longeva, só Naomi, entre as negras, sobreviveu tanto tempo no topo da moda. Talvez um de seus segredinhos seja o “tempero brasileiro”. Mais brasileira do que nunca, tem pai de santo brasileiro (ou conselheiro espiritual, como queiram), cabeleireira idem, e amigas tupiniquins – todas brancas, todas ricas, todas bem nascidas e relacionadas.Está se sentindo tão em casa que até bafão em baile de carnaval ela já apronta por aqui. Problemas de saúde, que recentemente nos assustaram muuuuito, ela também trata com especialistas locais em solo brasileiro.
Confesso que adoro o estilo desta anglo-jamaicana, apesar do temperamento violento que volta e meia se manifesta e que já a levou para trás das grades. Queria conversar com ela cinco minutinhos pra saber o que é real e o que é mito. E, sobretudo, o que pensa sobre a questão racial neste minado mundo da moda.
***
Mas e quem se lembra da sudanesa Alek Wek, que fez a campanha brasileira da Ellus em 2000 e, ao posar para o famoso Calendário Pirelli em 1999, foi apontada como o padrão de beleza dos anos 00? Wek ninguém sabe, ninguém mais viu...Diferente de Naomi, é nigérrima, não há espaço para dúvidas nem para que alguém a chame de “mulata”. Não é tão camaleônica quanto Naomi – que poucos sabem qual o cabelo verdadeiro, qual a cor dos olhos naturais...Há alguma coisa errada aí. Principalmente porque o “padrão” não emplacou...Onde estão os clones de Wek nas passarelas, campanhas, editoriais...
Aqui, então, que deveria ser o celeiro deste tipo de beleza, os formadores de varreram para baixo do tapete. Uma Naomi temperamental, aos 37 anos, parece que já basta para o universo fashion. E olha que ela nem pensa em se aposentar.
****
Bem , nem vamos falar das poucas modelos negras brasileiras que hoje estão em destaque na moda: Rojane, Anabela, Samira...Há muitas outras, mas estas três se viram bem no mundo da moda. Para boa parte de quem trabalha com isso, sempre foi assim e sempre será. Será ??? Sabe para onde as modelos negras estão indo agora: a maioria está migrando para as telenovelas. Estão lá Isabel Fillardis, Cris Vianna, Sheron Menezes, Paty de Jesus, Taís Araújo, Adriana Alves, Lidi Lisboa. Esta espécie de “plano B” sempre foi o destino de “aposentadoria” de muitas não – negras: Bruna Lombardi, Ana Paula Arósio, Ana Hickmann, Daniela Cicarelli, Fernanda Tavares, Mariana Weickert...
***
A própria Naomi Campbell também tem interesse em programas televisivos. Recentemente entrevistou Hugo Chávez para um canal de televisão. Então garotas, considerem outras possibilidades. Se a moda já não dá mais, que tal as telenovelas, os programas de televisão, talk shows...? A beleza, neste ramo também ajuda. Mas não se iludam. Preparem-se pra enfrentar tudo de novo: menos oportunidades, resistência, pouca familiaridade com o assunto.... Taís é que está certa: quando a coisa apertou, foi pra universidade , formou-se em jornalismo. E não quer parar de estudar. Com estudo, persistência e dedicação, em algum lugar se chega! Em frente, atrás, fora ou longe das câmeras!Beleza não é tudo! Oprah Winfrey, a mulher mais rica e uma das mais influentes do showbizz mundial é negra, gordinha e era pobre. Mas sempre foi inteligente e devoradora de livros!!!!!!!!!!!

Marcadores:



"ontem, percebi que escrever é como a própria negritude para mim: algo inexorável que me acompanhará pelo resto dos dias"

Ah, esse vício que não me larga!!!!!

Escrever é um vício. E como todo vício, não é tão fácil largá-lo. Mesmo depois de algum tempo de abstinência existe sempre o perigo latente da recaída. Foi o que aconteceu comigo. Passei quase meia década escrevendo uma coluna black semanal na Revista da Folha, do jornal Folha de São Paulo. Um dia a coluna chegou ao fim. Até hoje me pergunto o porquê. Escrevi, produzi e coordenei editoriais de moda e beleza para a Revista Raça. Em 2001, montei com outros sócios, uma agência de modelos negros. Entre uma coisa e outra ainda assinei a produção executiva de alguns desfiles para o Consulado da África do Sul em São Paulo, inclusive o comemorativo de 10 anos sem Apartheid no país de Nelson Mandella. Depois ainda fui pra televisão montar o figurino do concurso "A Mais Bela Negra", na Rede Record; e em, seguida, participei da Televisão da Gente, a primeira black do país. Circulei por outras áreas da comunicação.Mas foram as minhas incertezas no jornalismo que me deram a certeza de que esse dia chegaria. Não me agüento quieto por muito tempo. Sempre gostei, por exemplo, de escutar música enquanto estudava. Consigo me concentrar em muitas coisas ao mesmo tempo; gosto de ter mais de um livro na cabeceira da cama, e, confesso, rendo bastante sob pressão. Não quero fazer disso um hábito, porque não deve ser muito saudável. Mas é o que acontece. Underpressure, baby!
***
Chegou aquele dia “D”; o dia em que acordei com uma certa coceira nas mãos. Havia prometido que não mais me dedicaria ao tema da negritude por já ter enfrentado tantas desilusões, frustrações, enfrentamentos,esgotamentos...Mas ontem, percebi que escrever é como a própria negritude: algo inexorável que me acompanhará pelo resto dos dias. Então assumi e resolvi tornar público o meu vício.
Este pelo menos é do bem. Os outros ninguém precisa saber.
***
Escrever sintomaticamente é um ato que precisa de uma ação prévia antes de invadir a tela do computador, deitar-se sobre papéis, se espalhar pelas páginas de jornais e revistas ou virar documento postado nesse universo virtual dos blogs. Blogueiros, escritores e jornalistas sabem que antes de escrever é preciso pensar; refletir, repensar e só depois então passar para o ato mecânico da junção de palavras. Parece fácil. E às vezes até é. Mas quase sempre as coisas complicam. A frase fica mal feita, o verbo mal colocado poderia ser outro; a gramática, a sintaxe, as orações coordenadas... Ufa!!!!!!!! É o mesmo com tudo o que diz respeito à negritude, ao universo black, a nós negros....Mas vamos lá, mãos à obra!!!! Quero começar a escrever novos capítulos por aqui.