sábado, 24 de maio de 2008

Mulheres, Sex and the city chegou à telona! Sem dúvida, tem blockbuster à vista




Ai, ai!!! Parece que foi ontem que assistia na tevê a cabo uma série engraçada pra caramba, com humor inteligente e sofisticado. A princípio, lembro que não era muito gente que tinha ouvido falar em “Sex & The City”. Eu adorava tudo no seriado, não perdia um capítulo. E comentava com os poucos colegas e amigos que assistiam também.
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Bem “new yorker”, retratanto o lifestyle, os dilemas e conflitos de mulheres de meia idade que vivem na maçã gigante, a série de Sarah Jéssica Parker virou cult e levou todas as demais atrizes ao estrelato. Isso sem mencionar o figurino, a cargo de Patrícia Field, que mudou o guarda-roupa de mulheres mundo afora e ajudou a posicionar no topo o “vintage” no universo fashion. Chique, elegante, feminino e muitas vezes retrô, ,
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Se você não assistiu, duas possibilidades: 1) comprar o box com toda a série em dvd, à venda até nas Lojas Americanas; ou 2) correr pra fila da bilheteria do cinema mais próximo no próximo dia 06/06, data de estréia do longa-metragem baseado na série.
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Recebi convite para a cabine dia no Shopping Eldorado. Infelizmente não poderei ir e nem contar em primeira mão os detalhes da película. O que já dá pra antever é o furor que o blockbuster deve causar por aqui. Vejamos:
1) A Campari tunnou uma Kombi que roda pela cidade para apresentar também os drinques desenvolvidos a partir da personalidade diversa das protagonistas da série (e não das atrizes, hein, favor não confundir!): Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda (as da foto acima).
2) A Passion Perfumes e Cosméticos, importadora de perfumes, fechou parceria e a partir do lançamento do filme, os perfumes de Sarah Jéssica Parker, Lovely ou Covet, estarão em promoção. As lojas receberão vitrines especiais com a temática de ‘Sex and the city’ e os consumidores ganharão um par de ingressos para o filme. Em alguns cinemas, haverá distribuição de amostras grátis e demonstrações das fragrâncias.
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Se você gostou da dica mas não conhece os perfumes, uma ajuda básica: Lovely é mistura eras, estampas e texturas e é hiperfeminino, sua nota de cabeça remete à presença do martini de maçã. A nota de coração é refinada pela orquídea cremosa. E a nota de fundo traz a combinação de âmbar branco e madeira. Covet é uma fragrância frutal, mistura atordoante de notas verdes frescas, flores, acordes amadeirados sensuais, buquê de folhas de gerânio, limão da Sicília e lavanda francesa com um toque de chocolate, magnólia, e madressilva, almíscar e âmbar.
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P.S – Não vou mencionar os preços. Se você é como eu, sabe que um bom perfume vale qualquer sacrifício.

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quarta-feira, 21 de maio de 2008

Festa para os 100 anos de imigração japonesa. E quem se lembra dos 120 da abolição da escravatura no Brasil?


No finalzinho do ano passado, minha amiga Marisa Moura me alertou para o fato de que com as comemorações de um século da chegada dos primeiros imigrantes japoneses no Brasil, pouco se falaria e faria pelos 120 anos de abolição da escravatura negra no Brasil.
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Dito e feito. Negra, professora aposentada e agora estilista, focada na confecção de peças e acessórios da cultura negra, Marisa é também uma pessoa superencajada. Tá sempre fazendo coisas bacanas, sabe das novidades que rolam na comunidade e, mais do que isso, tem interesse em tudo que fomente o desenvolvimento social da comunidade negra.
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Foi num misto de tristeza com euforia que ela me falou, por exemplo, que o Cone, braço da prefeitura pra atender a comunidade negra de SP, havia aberto inscrições para projetos que colocassem em destaque a cultura negra e as comemorações de 120 anos.
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Responsável por lindas peças afro e acessórios igualmente bacanas, ela própria desenvolveu um projeto para a execução de desfile black e se inscreveu. Torço para que consiga patrocínio. O motivo da tristeza foi a pouca divulgação da abertura das inscrições, encerradas no mês passado.
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“É quase sempre assim...Formam-se panelinhas, ninguém fica sabendo de nada e isso só favorece a cultura não-negra”, diz. “Ninguém no Brasil pode falar que não sabe que estamos comemorando 100 anos de imigração japonesa. Tá bombando em todos os lugares.
E os brasileiros de ascendência oriental estão cuidando de tudo em toda a cidade. Chegaram a montar uma associação só para tomar conta dos festejos de 100 anos”
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“Admiro essa organização. Isso é responsabilidade, foco e valorização da cultura que infelizmente não temos. Os 120 anos tem vários eventos, mas quem fica sabendo???”
Quer dizer então que a responsabilidade é da mídia? Para Mauro, outro motorista negro com quem trabalho, a Rede Globo está dando uma forcinha a mais para a festividade.
“Já não aguento mais; toda hora tem alguma coisa sobre os festejos”, me confessou ontem.
“Também não agüento essa coisa de Dia da Consciência negra. Nos dão um feriado, colocam um monte de gente pra tocar samba e acabou...Ou então colocam os Racionais MCs pra cantar no Centro da cracolândia. Resultado: enche de ladrão e viciados e tudo vira um barril de pólvora...”.
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“Se realmente tratassem como cultura, teriam reservado o Parque do Ibirapuera, o Villa Lobos, o Teatro Municipal...A Virada Cultural também é assim. Apesar das boas intenções, o Centro vira uma muvuca e a cidade fica livre para os bacanas saírem por aí à vontade”
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Apesar desta visão, Mauro não se convence da necessidade da implantação do sistema de cotas na educação. Mas tem posições bem claras sobre a questão racial. Gostei das observações.
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No sábado, antes de sair pro rolê, tava zapeando a televisão. Aí parei no programa do Amaury Jr para assistir a Miss Centenário da Imigração Japonesa. Venceu a paulista de Mogi das Cruzes, Karina Eiko (nas fotos feitas pelo fotógrafo Marco Ribas;sozinha acima, e ladeada pelas demais finalistas, abaixo). Linda mesmo!!


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Sou meio suspeito pras avaliações. Adoro sushi e sahimi. Cresci assistindo filmes de Bruce Lee e seu kung fu imbatível no único cinema da minha cidade – que até hoje não tem nenhum oriental morando por lá.
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Adoro ikebana, artes marciais, mangá (e as animações eróticas japonesas tb), budismo... Aprendi muito com minha amiga Emily Tomada, que aliás, está meio distante. Também mantenho relacionamentos profissionais com bastante orientais.
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Sei que, assim como a África, a Ásia não é uma coisa só.
Mas posso dizer que gosto de muuuitos aspectos da cultura oriental.
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Apesar da produção fraca do figurino, as candidatas brasileiras no porgrama do Amury Jr. eram lindas. Um júri escolheu cinco candidatas que iriam à final no Ginásio do Ibirapuera. A vencedora é linda mesmo.

“Nem na mídia a gente consegue tanta divulgação. Claro que existe preconceito, mas também acho que é porque as pessoas não vão atrás. Falta pra nós mais organização e, apesar das diferenças que possam existir, precisamos nos cercar de bons profissionais para que possamos crescer”, sentencia Marisa.

E tem mais. Ontem fiquei sabendo que o tema da SPFW, que já tem line up e tudo o mais, será ...tchan, tchan, tchan....o Japão.

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terça-feira, 13 de maio de 2008

Campinas Décor tem loft inspirado no lifestyle do modelo negro Tyson Beckford



Hã hã! É verdade! Fui visitar o Campinas Décor, na revigorada Estação Guanabara, bem no centro da cidade de Campinas e olha só o que eu achei: um loft incrível, urbano e superchique.
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Todo em tons escuros, o ambiente brinca com diferentes texturas, obras de arte e tecnologia. É assim o espaço em que moraria o supermodelo Tyson Beckford, em Nova York, São Paulo ou Campinas.
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Pelo menos é assim que imaginaram os arquitetos que idealizaram o projeto: Anderson Leite e Roberta T. Arrojada, a iniciativa também não deixa de ser ousada, uma vez que sinaliza no mundo da decoração um possível lifestyle black e sofisticado
As fotos do modelo estão nos porta-retratos do ambiente e indicam o morador, jovem, rico e negro. No caso de Tyson Beckford, isso tudo é verdade.
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Tyson quem? Ficou sem saber né? Tyson Beckford é, sem exageros, o modelo negro mais importante de todos os tempos. Com certeza é também o mais conhecido. Mais até que Djmon Houssoum, hoje ator (do filme Amistad, lembra?).
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Em seu currículo, inúmeros editoriais e campanhas como a de Tommy Hilfiger, onde exibe o corpo esculpido.


Nascido na Jamaica (aliás, o que é que a Jamaica tem, hein?? Será a Bahia do Caribe? Tenho que descobrir em breve), Tyson é conterrâneo de outras estrelas do mundo fashion como a anglo-jamaicana, Naomi Campbell, e Stacey Mackensie.
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Mas talvez você o conheça pelo videoclipe de “Unbreak My Heart”, hit de Toni Braxton de alguns anos...O rapaz é o motoqueiro, envolvido nos trajes de couro, e de olhos puxados – herança de uma avó chinesa.
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Globalizado, o loft tem referências de todos os cantos. E muita arte, traduzida em forma de esculturas e fotos preto & branco espalhadas pelo ambiente.

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Salaro x Poeta: dois pesos, duas medidas e o antagonismo do jornalismo nobre da Globo

Já que falei no caso Isabella, não poderia deixar de mencionar dois turning points do caso, ambos registrados pelo jornalismo da Rede Globo. Vou analisá-los sob o prisma jornalístico que me chamou a atenção.
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O primeiro foi a entrevista do casal a Walmir Salaro, repórter policial experiente com coberturas importantes no currículo. Diante do pai e da madrasta (que me recuso escrever aqui os nomes) acusados de terem espancado, esganado e jogado uma criança da janela do prédio onde moravam, uma entrevista xoxa. Serviu mais para que ambos, distantes entre si a entrevista toda, posassem de casal feliz, e por fim se derramassem em (poucas) lágrimas.
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Em nenhum momento foram confrontados. Falha grave do repórter que, naquele momento estava no lugar onde qualquer jornalista gostaria de estar: no olho do furacão. Só ele havia conseguido, ninguém mais. A sensação que se teve foi a de que Salaro abriu o microfone e deixou ambos falarem à vontade. E sob a supervisão dos advogados presentes
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Se fez perguntas mais fortes, elas ficaram na edição. Se não fez, pra mim , pecou. No entanto, é desses casos em que o furo está muito mais na exclusividade do que na obtenção de algo mais contundente.
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A pergunta mais forte foi em relação ao fato principal (e que mais chocou a nós todos), o fato de ambos terem sido acusados de matar a pequena. Eu mesmo gostaria de saber várias outras coisas, por exemplo: o que o pai faria se visse a madrasta batendo na pequena; o que sentiu quando Isabella nasceu e quando ela morreu; que pena merece o assassino de sua filha; porque não prestaram os primeiros socorros ...Muito mais coisas poderiam ser questionadas mas não foram.
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Aí então, dias depois, mais um fato relevante - o segundo ponto de virada: a entrevista de Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, também com exclusividade à apresentadora, Patrícia Poeta, no Fantástico.
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Dias antes, Poeta havia entrevistado Ronaldo Fenômeno sobre seu envolvimento com travestis. Depois de uma substituição controversa de Glória Maria no comando da atração, Patrícia mostrou sua personalidade bastante serena ao entrevistar. E cria empatia com o entrevistado.
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A entrevista deu recordes de audiência no ano para o Fantástico. Ela esteve bem. De cara perguntou á mãe (mais do que vítima) se ela sabia que seu comportamento um tanto distante diante da tragédia havia sido confundido com frieza. “Quando a ficha caiu?”, perguntou à queima-roupa.
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A entrevista ainda teve mais pontos altos e emocionantes. De tirar o fôlego e comover os corações mais gélidos. Também abriu o microfone e deixou-a falar. Mas interveio em muitos momentos. Não gostei de Patrícia em 3 momentos, mas vou citar dois aqui: quando a mãe, emocionada, perdeu a voz por alguns segundos, primeiro ela disse “respira fundo, respira fundo ....”. Na segunda vez, minutos depois, deu apenas um tapinha na perna da entrevistada como que chamando-a às câmeras.
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Enfim, foi uma boa entrevista, que me deixou, como telespectador, sabendo bem mais do que o lead. Mas, sem saber qual o caminho escolhido pela Globo diante de tanto poder e exclusividade.
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Por essas e outras, gosto do telejornalismo norte-americano. Na CNN por exemplo, repórteres emitem opiniões, seus conhecimentos e, muitas vezes, até mesmo ideologias propagandeadas por seus veículos.
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Melhor assim: tudo as claras e sem meias palavras e ponto final.

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Por enquanto, todo brasileiro pode se dar ao luxo de matar pelo menos uma vez na vida



Alfred Hitchcock, gênio insuperável do suspense, assinatura em filmes que são verdadeiras obras-primas, dizia que, sim, “existem crimes perfeitos ; e, por serem perfeitos, jamais serão descobertos”. Tenho certeza que, definitivamente, não é este o caso da tragédia que envolveu a pequena Isabella Nardoni, brutalmente assassinada.
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Desde que voltei do México, essa novela horrível que envolve um pai com olhar de psicopata e uma madrasta idêntica a das fábulas mais perversas, tem prendido não só a minha como a atenção de todos os brasileiros. E, ao mesmo tempo, tem criado situações lamentáveis de autopromoções e marketing pessoal. Do mais pobre ao mais letrado, teve todo tipo de gente plantada em frente ao edifício da zona norte, acompanhando in loco o desenrolar do caso.
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Estranhíssimo, mas antes mesmo do casal ser preso, muita gente trocou os folhetins pela novela real. O caso Isabella virou um misto de novela com Big Brother e Você Decide – com direito a cartazes, gritos, xingamentos, apedrejamentos e ameaças de linchamento.
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De pessoa física a pessoa jurídica; sem falar também nos meios de comunicação – dos quais profissionalmente faço parte – houve acertos e exageros. Deplorável tudo isso. Mas esperar o quê, se vivemos num país com um conjunto de leis anacrônicas e sistema judiciário moroso?
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Hoje mesmo, o motorista com quem estava trabalhando disse: “Todo brasileiro tem direito a matar uma vez na vida; mata e fica preso pouco mais de oito anos, depois tá livre de novo...O bicho só pega se você matar pela segunda vez.”. Pense friamente e me responda se a lógica dele está errada? Ouvi isso de um cara de 60 anos, aposentado (mas ainda trampando), pessoa lúcida, cantor que não deu certo, alma de artista. Ou seja, se você está disposto a pagar atrás das grades um terço da pena máxima de 30 anos, privado apenas da sua liberdade (porque nós sabemos de muitos casos com regalias carcerárias) mas definitivamente longe de um desafeto, basta cometer um crime.
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Horrível, mas do jeito que a coisa anda, é isso mesmo. Nosso sistema de leis precisa de uma reforma imediata e nós o que fazemos? Nada! Vamos levando, com a barriga, até que um crime mais hediondo aconteça e nos ponha refém novamente em frente à tevê.
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Já a atriz Maitê Proença aproveitou a rodada do “Saia Justa”, o programa semanal em que participa todas as quartas-feiras na GNT, pra soltar em alto e bom som: “...o que acontece é que eles serão julgados, presos, e provavelmente serão mortos quando forem para a prisão...porque geralmente é isso o que acontece com quem comete um crime assim”. Também não está errada Maitê. Agora que estão novamente atrás das grades, percebe-se que não há lugar 100% seguro para o casal. As presas não querem a madrasta. Os presidiários também não querem o pai.
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A novela mórbida, tem telespectadores cativos, que torcem pelo único final que todos querem ver: nesse caso o mocinho não vai ficar com a mocinha. Nem os vilões atrás das grades.
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Se estivessem em Krypton, o planeta de origem do Super Homem, ambos seriam banidos de vez, presos numa figura geométrica que planaria pra sempre pelo universo. Lembra da abertura do filme, com Marlon Brando no papel de Kar El, o pai do superman, chefe do conselho de Krypton, responsável pela aplicação da lei?
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Acontece que não estamos nas HQs. A vida é mais dura. E para eles, a vida em comunidade não existe e nunca mais vai ser a mesma. Seria melhor se estivessem em Krypton. Na real, acho que Maitê – que nem profetiza é mas conhece televisão e telenovelas pra caramba – cantou as pedrinhas: os vilões (na falta de outros) serão punidos no final. E não será surpresa pra ninguém se o casal tiver uma morte terrível.
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Mesmo sem os criminosos, até Krypton entrou em colapso e explodiu.
Tem manhãs que tenho essa impressão quando acordo e vejo tanta desgraça que nunca cessa. E tantos sinais, cada vez mais evidentes, de que estamos fora da órbita.

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