terça-feira, 18 de março de 2008

Guerra dos mundos. Comédias inteligentes sabem resolver ou tirar proveito



Já perdi a conta de quantas vezes assisti o filme “As Branquelas” (White Chicks, 2004). Ontem não foi diferente. A comédia me fez trocar a programação da tevê a cabo pra rever a comédia em que os irmãos Wayans, dois policiais mestres no disfarce e em apuros no trampo de investigador, se disfarçam na pele de duas irmãs...patricinhas e loiras.
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A confusão armada rende muuuuuuito. Não só por serem dois homens; mas por serem dois negros sob a pele branca em um mundo milionário bem distinto do seu. Não vou contar mais pra não perder a graça pra quem não assistiu ainda.
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Há um conflito social, de gênero e, claro, de “raça”. Seria um prato cheio para ongs, movimentos negros e afins. Mas é, simplesmente, uma ótima opção de entretenimento.
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Sempre dou muitas risadas. E mesmo sozinho, acabo caindo na gargalhada.
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Comédia: os irmãos,Shawn e Marlon Wayans são assim. Mas, em "As Branquelas", a dupla sofre uma transformação radical e fica desse jeito...





Outro dia assisti “A Casa Caiu” (Bringin Down the House, 2003), com a Queen Latifah e o Steve Martin. Não me agüentei. O filme também é muuito engraçado e a espinha dorsal não é muito distinta. Queen Latifah é uma ex-presidiária que ao sair da prisão bate à porta de Steve Martin, um advogado bem sucedido, separado e com filhos. Ambos paqueravam pela Internet. Só que ele não sabia que ela era negra.
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Claro que ao ficarem cara a cara, as confusões começam. E se desenrolam de uma maneira engraçadíssima.
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Também está lá a "guerra dos mundos” diferentes, com todas as suas particularidades e “histórias”
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Não sou o Raul Gil, mas tenho que tirar o chapéu pra essas comédias americanas. Primeiro porque conseguem lidar com a questão racial de uma maneira leve, mas não indiferente. Há humor, alfinetadas e uma situação óbvia que deixa claro o quanto o preconceito, a discriminação e o racismo são atos “burros”. E o quanto quem os pratica ou alimenta consegue ganhar as mesmas cinco estrelinhas no quesito.
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Queen Latifah e Steve Martin: pré-conceitos e conflitos sociais e raciais só aumentam as situações engraçadas da comédia

Claro que há dramas, documentários e ficções tão incríveis e com contribuições mais importantes para a questão racial. Mas quase ninguém fala das comédias.
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Primeiro, é importante que se diga que, no mercado como o norte-americano, elas são feitas por roteiristas negros ou então são feitas abertamente para artistas negros.
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Na direção de “As Branquelas”, por exemplo, está o irmão Wayans número 3: Kevin Iron, o mesmo de “Todo Mundo em Pânico”.
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O resultado é tão envolvente que não há quem não goste. Bem diferente, por exemplo, de algumas piadas preconceituosas ou racistas, que sempre deixam gays e negros sem saber o que fazer ao ouvirem uma.
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Os Estados Unidos são conhecidos pela “separação racial”; não é um país miscigenado como o Brasil.
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Ao mesmo tempo, vem de lá grandes exemplos da luta pelos direitos civis da população negra nos anos 60, e um dos exemplos mais bem sucedidos de equidade social na questão racial. O que não significa que o problema esteja “resolvido”.
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De qualquer maneira, quando assisto filmes assim, percebo o quanto há espaço para crescer também nessa área. E o quanto a questão racial pode ser abordada de maneira leve e até engraçada mesmo. Isso é saber levar na boa as diferenças.

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2 Comentários:

Blogger Marina Melz disse...

as comédias trabalham o preconceito e as questões reciais do melhor modo que existe: a subliminaridade que gera consciencia social. apoiado.

19 de março de 2008 às 06:33  
Blogger Marta De Divitiis disse...

Fiquei com vontade de assistir o filme... O da Queen Latifah eu já assisti e gostei (adoro ela)...

21 de março de 2008 às 16:38  

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