domingo, 16 de março de 2008

Mudanças climáticas, depressão ou bem-estar...Pode ser tudo uma questão de luz


Quem me deu o toque no final de tarde de domingo foi a Martinha, minha amiga querida e colega de profissão. Tinha acabado de tomar banho e nem reparei na mudança do tempo.
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Na verdade, enquanto tomava minha ducha, veio à cabeça o novíssimo modelo lançado pela Deca, o Chromo (foto acima), cujo release havia recebido há algumas semanas.
Pensei se realmente valeria a pena ter em casa uma ducha cromoterápica. E viajei no efeito que poderia ter se, com a peça instalada, apagasse todasa as luzes. Sim, o lançamento traz leds de alto brilho que iluminam e tornam a água colorida. Deve ser bacana tomar um banho quentinho com luz vermelha (excitante), ou verde (revigorante) ou azul (relaxante). Ou será apenas uma vantagem estética por um preço bem salgado (cerca de R$ 3.700 e poucos na Art Center do Tatuapé) vendido com um bom apelo de marketing?
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“Tô morrendo de frio. Chuva e tempo frio me dão deprê”, Martinha escreveu. “Tenho uma prima que ama chuva e tempo cinza. Eu fico muito deprê especialmente se o cinza se estende por vários dias. Dá um aperto no peito e uma vontade de chorar. Me dou mal com a pouca luminosidade do cinza”.
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Imediatamente, sugeri que ela passasse a usar cores alegres, fortes e vibrantes nestes dias. Parecia óvio.
“Verdade. Mas ontem, voltando a pé da Cavalera, notei que mesmo as cores fortes na roupa perdem um pouco da vibração nesses dias. Vi um cara de camiseta vermelha e o vermelho estava apagadinho, aí me lembrei disso. Pensei em usar roupas mais coloridas, mas o efeito não é o mesmo. Tudo é uma questão de luz, foi o que notei ontem”.
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E não é que é verdade mesmo. Já reparou como as cores vivas, dentro de uma piscina azul ou verde com água transparente, ficam bem mais intensas? Ou então num dia radiante, cheio de sol, como elas capturam nosso o olhar de uma outra maneira. Realmente, o mesmo não acontece nos dias frios, mal iluminados e chuvosos quando o cinza espalha uma espécie de névoa sobre as demais cores. Isso pode acontecer sim, por que não?
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Cor é uma onda, com freqüência e tudo. É uma lei da Física. A mais longa é a lilás, a mais curta a vermelha. A amplitude da primeira é mais longa e fraca; a segunda, mais curta e forte, chega mais rápido à retina. Entre um oposto e outro existe um leque de outras cores, com freqüências distintas.
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Em um dia de chuva (com sol) o arco-íris mostra todas elas. E, saiba que a luz branca em si é o somatório de todas as cores.
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É por isso que para a cromoterapia, todas elas podem ser usadas positivamente para trazer benefícios para o corpo e a mente.
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Se tudo é uma questão de luz, eu prefiro dias com menos. Já a Martinha, prefere os bem iluminados. “Sem sol o dia perde a graça para mim. Pode estar frio, mas sem sol fica difícil...”, ela confidenciou.
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Bem, verdade seja dita que não sei como seria viver num país com mais inverno (e cinza) que verão; mas como gaúcho, te digo que adoro inverno, frio e chuva.
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Acostumado a ter desde a infância as 4 estações bem definidas, sempre estive familiarizado com a chuva e o frio dos invernos da região da campanha gaúcha. Ambos bem rigorosos. Hoje, são quase um resquício atávico em mim. Gosto mesmo e me sinto à vontade com roupas de lã, jaquetas de couro, luvas, botas e cachecóis.
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Acontece que não é inverno. Estamos na meia estação. Aliás, vivemos todas as estações em poucas horas num só dia.
O mundo está maluco, você sabe! Há mudanças climáticas, catástrofes e tragédias em todos os lugares; a saúde está debilitada.
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Já vi entrevistas de médicos afirmando que por causa das alterações no clima devem aparecer supervirus e doenças desconhecidas ou que ainda não foram erradicadas. As previsões são de que uma parcela da humanidade desapareça vitimada por elas.
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Nem precisamos ir longe: basta ver o estrago que a dengue e até a febre amarela estão causando aqui no Brasil. Tem ainda a gripe aviária , a febre aftosa e a “vaca louca”, que volta e meia entram nos noticiários afetando rebanhos e criações no mundo todo. E nos deixam de cabelo em pé.
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Já não sei quantos amigos e amigas estão resfriados, gripados, com tosse, pigarro, corisa, olhos lacrimejantes...Um saco!!!
E o pior é que ninguém pode ficar sem trabalhar. As pessoas saem de casa antes de estarem curadas e vão passando os virus adiante!!! E aí vira um circulo que se autosustenta – que medo.
“Minhas irmãs e sobrinhos, minha mãe a semana passada, todos ficaram ou gripados ou com virose”, completou a minha amiga do outro lado do teclado. “Acredito que o estresse e a poluição excessivos fazem a imunidade baixar”.
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Não tenho dúvidas que o mundo está diferente e que estamos vivendo uma fase estranhíssima de transição. Mas o que mais me preocupa é a mudança climática mesmo.
“Sim as alterações do clima influenciam e preocupam mesmo...essas catástrofes que têm acontecido...Sou espírita e dizem os espíritas que , daqui pra frente, haverá muito disso por que já estão meio que separando o joio do trigo... e também dizem que é a última chance de encarnação nesse planeta para os maus (tipo última chance para mudar). Daí esse povo ruim que fica por aí a matar, atirar bombas...”, disse Martinha.
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Confesso minhas preocupações e cismas com isso porque o nosso planeta é sustentado por algumas leis imutáveis (pelo que se sabe até hoje). A Lei da Gravidade, por exemplo, rege o bem e o mal; brancos, negros, orientais, índios...Em outras palavras: se alguém cai ou se joga do 25º. andar de um prédio, vai se esborrachar no chão independentemente de ser bom ou mau, de levar uma vida correta e ética ou entregue às maldades.
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Da mesma forma, um tornado, um furacão, um terremoto, um maremoto ou tsunami quando acontece, atinge ambos. E isso assusta. Nem a salvação, nem a sabedoria para compreender isso tudo são fáceis.
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Talvez uma certa pista para nosso entendimento esteja numa simples observação sobre um dia chuvoso e cinza, como esta feita pela Martinha: estamos vivendo um momento em que, metaforicamente ou não, tudo é uma questão de luz. Clara ou embaçada, com uma névoa para diminuí-la, ela ainda está lá. Mas exige uma percepção maior de tudo isso.

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1 Comentários:

Blogger Marina Melz disse...

a percepção das cores e do mundo obedece a duas regras: a da luz e dos olhos de quem vê. o humor das pessoas influencia mais na cor do dia, do que o contrário. bom, mas essa é a minha ótica.

adorei a nova versão introspectiva dos textos daqui.

17 de março de 2008 às 06:16  

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